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A culpa é minha.

  • Foto do escritor: Sheila Pontes
    Sheila Pontes
  • 28 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 21 de jan.

Você é o tipo de pessoa que se acha responsável por tudo que acontece? Fica se desculpando com todo mundo sobre coisas que nem tem relação com você? Então este texto pode te ajudar.

Em psicanálise, a culpa é elemento central na formação e manutenção de sintomas, pois, está relacionada a conflitos complexos que podem ser conscientes ou inconscientes, atuais ou de um passado distante.

Esse sentimento surge da briga entre os nossos impulsos instintivos e a internalização de exigências morais representadas pelo superego, nosso juiz interno. Sendo assim, podemos sentir culpa e não entender porque estamos sentindo, até que o conflito interno venha à consciência.

Sentimos culpa por termos praticado alguma ação considerada por nós ou pelos outros como reprovável, ou até mesmo por coisas das quais não tivemos envolvimento direto.

A culpa é um sentimento desagradável e que nos causa angústia. Ela está relacionada a um ato que gera uma suposta consequência e que é passível de punição. Se cometemos algum crime vamos presos, e iremos pagar na justiça pela nossa transgressão. Seremos julgados e depois cumpriremos uma pena.

Da mesma forma, existe dentro de nós esse juiz que pode ser muito rígido e feroz. Ele conforme supracitado, representa a regra e a moral internalizadas e que vão nos dizer o que é certo ou errado, o que é permitido e o que é proibido.

Por isso que sentir-se culpado, muitas vezes é um ato solitário, depende de como enxergamos os nossos erros e o grau de punição a que nos submetemos, não dependendo necessariamente do julgamento do outro como acontece com a vergonha, por exemplo. Podemos no sentir culpados sem que ninguém saiba.

Algumas culpas, são fruto de comportamentos concretos e por isso são legítimas, já outras, podem ser fruto de fantasias a nosso próprio respeito. Nosso juiz interno pode ser implacável.

Muitas culpas são inconscientes e, portanto, nem sabemos que as carregamos. Desta forma, existem pessoas que passam a vida se sabotando, sendo maltratadas por outras pessoas e não se permitindo ser felizes, porque carregam culpas que elas não sabem que existem.

Inconscientemente, entendemos que se erramos é necessária uma reparação, sendo assim, a reparação viria através de nosso próprio sacrifício como punição. Se fiz algo de errado, devo sofrer para pagar pelo meu erro, e o superego pode exigir um preço bem caro por isso.

Tem também a culpa que não é nossa, mas que a aceitamos de bom grado. Toda a família que se preze tem o seu culpado. Essa é aquela pessoa que é responsabilizada por tudo, e em quem os outros membros depositam as suas obrigações. Se ele não cumpre, adivinha? Se sente a pior das criaturas, o culpado pelas mazelas familiares.

Dentro de um processo psicoterapêutico, procuramos analisar quais elementos estão por trás do sentimento de culpa, assim como, a capacidade do indivíduo de se perdoar e seguir em frente. E as raízes disso, podem ser bem profundas, acreditem.

Sentir culpa, considerar nossos erros e aprender com eles é saudável e nos ajuda a amadurecer, fazer de nós pessoas melhores. No entanto, como tudo na vida, precisamos de equilíbrio para lidar com o excesso de culpas que nos colocamos, evitando desta forma cumprir pena perpétua em nossa própria prisão emocional.

 
 
 

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