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Buscar

Da idealização à frustração

  • Foto do escritor: Sheila Pontes
    Sheila Pontes
  • 13 de jan.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 21 de jan.

De acordo com o dicionário ideal é: relativo à ideia; que só existe no pensamento; que possui em grau superlativo as qualidades positivas de sua espécie; ou que se ajusta a um modelo; perfeito.

Buscar pelo ideal, pela perfeição, é algo quase que inatingível para nós reles mortais, afinal de contas, estamos longe da perfeição, já que somos humanos, erramos e aprendemos todos os dias. Entretanto, podemos passar a vida nessa busca incessante por algo que não está ao nosso alcance.

A idealização ocorre com todos nós, desde muito pequenos, ou até mesmo antes do nosso nascimento. Uma criança antes mesmo de vir ao mundo, já é completamente idealizada por seus pais. Eles fazem planos, determinam como ela será, com quem vai se parecer, e até a agenda que ela irá seguir a partir das suas expectativas.

Do mesmo modo, a criança idealiza seus pais, eles são vistos pelos pequenos como super heróis, aqueles que os protegem e não falham. Desta forma, estão sempre prontos para resolver os nossos problemas e nos dar apoio, isso traz conforto e segurança.

Quando entramos na adolescência idealizamos nossos amigos, nossos ídolos. Eles são incríveis, descolados, detentores do conhecimento e brigamos com nossos pais para defendê-los. Queremos fazer parte do grupo, ser como eles, idealizamos e nos identificamos ao mesmo tempo.

Quando nos apaixonamos... ai que coisa boa! A experiência de estar ao lado de alguém sem defeitos é maravilhosa não é mesmo? Tudo que a pessoa faz é tão lindo e meigo. Nem acreditamos que encontramos alguém tão perfeito assim. É um milagre!!!

Como podemos ver, a idealização faz parte da nossa vida desde muito cedo, precisamos de um pouco de fantasia para deixar a nossa realidade mais leve, para sonharmos um pouco, para não levarmos a vida a ferro e fogo e até para fugirmos dos problemas.

Porém, com o tempo a idealização deve ir dando lugar a realidade, ou seja, a quebra das fantasias de perfeição, para assumirmos que todos temos defeitos e que as pessoas não são como a gente quer que elas sejam, são simplesmente seres humanos falhos. Quando seguimos predominantemente no caminho da fantasia, o que encontramos é a frustração constante.

Conforme o filho cresce, o pai percebe que ele tem uma personalidade diferente daquela imaginada, que seus gostos não são diferentes, que o filho tem opiniões próprias e está tudo bem. O problema é quando os pais continuam presos a fantasia do filho perfeito, que é do jeitinho que eles queriam e não conseguem aceitar o filho que tem, que é real.

Do mesmo jeito, conforme amadurecemos, percebemos que nossos pais são pessoas de carne e osso, que também cometem erros e não sabem de tudo. E como isso dói; ficamos muito decepcionados, nos questionando como aquelas pessoas tão incríveis podem se equivocar e nos desagradar como uma pessoa comum. Depois compreendemos que essa é a realidade de ser humano e que amar envolve as qualidades e os defeitos.

Passado o período de apaixonamento, vamos percebendo que aquele amor da nossa vida simplesmente deixou de ser, que ele fala umas coisas estranhas e que não temos absolutamente na em comum.

Depois nos perguntamos, como eu tive coragem de me relacionar com essa pessoa? Sim, isso acontece com muita frequência.

Nossa vida é um misto de ideal e realidade, de bom e de ruim, de qualidades e defeitos, ninguém é uma coisa só. Desta forma, existem muitas pessoas que vivem em sofrimento por idealizar demais, tanto coisas como pessoas, esperamos sempre mais do que é possível ou do que podem nos oferecer.

Ficamos frustrados e chateados, por esperar mais do que é possível das pessoas as julgamos a partir do nosso filtro ideal, o que nos leva a nunca estarmos satisfeitos com nada, afinal de contas, não é possível dar conta de expectativas tão altas. Essa é uma boa reflexão para a nossa vida, vamos pensar?

 
 
 

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