Síndrome de Burnout.
- Sheila Pontes

- 21 de jan.
- 3 min de leitura
É muito provável que nos dias de hoje você já tenha ouvido falar em Burnout, conheça alguém que teve ou é a própria pessoa afetada. Infelizmente, muita gente tem sofrido com esse distúrbio emocional e é muito importante que falemos de forma séria dele.
O Burnout ou Síndrome de Esgotamento Profissional, está relacionado ao estresse crônico no trabalho e é caracterizado pelo esgotamento físico, emocional e mental, devido as demandas e exigências maiores do que conseguimos dar conta.
Aqui é importante salientar que não conseguir dar conta, não está relacionado necessariamente à incapacidade ou incompetência do trabalhador, mas, geralmente a condições de trabalho ruins com jornadas excessivas, excesso de atividades para prazos apertados, falta de reconhecimento, excesso de cobranças, ambiente tóxico com conflitos, falta de respeito, assédio moral e alta competitividade.
Mas, você pode pensar. Antigamente não existiam essas coisas, agora tudo é transtorno! Pois é, bem vindo a modernidade. Além do que, não podemos afirmar que o Burnout não existia, mas, sim que anteriormente não era estudado ou diagnosticado. As causas podem ter evoluído ao longo do tempo e o termo ser relativamente novo, mas, o problema é antigo.
Apesar de o Burnout estar relacionado principalmente a profissões estressantes, exigentes e de muita responsabilidade, já que se trata de uma condição emocional, problemas relacionados ao trabalho sempre existiram.
As profissões mais afetadas são aquelas onde os níveis de estresse, cobrança e responsabilidade são esperados como: policiais, bombeiros, médicos, enfermeiros, bancários, professores, atendentes de telemarketing, advogados, gerentes e diretores de empresas em geral.
Desde a revolução industrial conhecemos as consequências do excesso de trabalho para os trabalhadores. Charles Chaplin já retratou isso no seu clássico Tempos Modernos, mostrando os resultados decorrentes dos esforços repetitivos. Trabalhos escravos e servis que sempre estiveram presentes ao longo do desenvolvimento da humanidade também geraram muito sofrimento.
Na atualidade o trabalho ultrapassou as fronteiras da empresa e foi para os lares. Se antes o trabalhador ia para casa e se desligava da sua atividade, hoje, ele conta com a tecnologia que não o deixa esquecer da empresa, tornando-se normal responder mensagens e resolver problemas a noite e aos finais de semana.
Também não podemos esquecer que nossa vida não se resume ao trabalho. Todos têm problemas em casa, na família, carregam seus traumas e dificuldades. Precisamos de tempo para lidar com muitas coisas, exercemos vários papeis além do profissional. O resultado são pessoas cada vez mais cansadas, estressadas, desinteressadas pela vida e pelo trabalho.
Embora os sintomas possam variar entre os indivíduos, os principais incluem sensação de exaustão física e mental, distanciamento interpessoal, alterações de humor, irritabilidade, ansiedade, tristeza, dores de cabeça, problemas gastrointestinais, distúrbios do sono, perda da produtividade, dificuldade de concentração entre outros.
Atitudes importantes em relação a nossa rotina podem ajudar a amenizar os efeitos do estresse produzido pelo trabalho e melhorar a nossa qualidade de vida como: uma boa alimentação, exercícios físicos, a prática da meditação, estabelecer limites nos horários de trabalho, evitar acompanhar os grupos de WhatsApp profissionais enquanto está de folga, conversar com amigos e familiares, procurar a companhia de pessoas agradáveis e positivas, fazer atividades que nos dão prazer.
Entretanto, nunca é demais pedir ajuda e existem profissionais capacitados para isso como os psicólogos e psiquiatras. Deixar o problema se agravar e chegar ao limite do insuportável é um dos grandes erros que cometemos, mas nunca é tarde nos cuidar. Pense mais em você.



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